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Mostrando postagens de setembro, 2016

No Brasil, administradores se preocupam mais em ficar ricos do que administrar

Por Marcelo Pereira Assistindo a alguns episódios da série Gigantes do Brasil do History Channell, a ideia que inevitavelmente vem à cabeça é a de que aqueles sim, eram empreendedores. Eles foram os que lutaram para que suas empresas pudessem crescer e oferecer serviços e produtos de qualidade.  Mas este tempo passou. Embora a palavra "empreendedor" seja mais utilizada agora que na época, ela ganha hoje um sentido de hipocrisia, como se compensasse com um rótulo aquilo que não é feito na prática.  Há empreendedorismo hoje? Sim, há, mas entre as pequenas e médias empresas. Mas elas nunca crescem o bastante. As grandes, poderosas, estabilizadas e sob um sistema de heranças (famílias) e sucessões (sócios), já não batalham mais. Sua ocupação está agora em se manter no topo. E para se manter no topo, pratica-se o arrivismo, alia-se ao poder político e não raramente toma atitudes reprováveis como afrouxar nas relações de trabalho (escravidão?). Na verdade, a função

Responsabilidade social do empresariado brasileiro é pura hipocrisia

Por Marcelo Pereira Há algumas semanas eu estava estudando e tive que assistir a uma palestra dada por um executivo sobre o que ele definia como "responsabilidade social". Conhecendo a índole de empresários e executivos brasileiros ou instalados no Brasil, eu não esperava muita coisa a respeito. A palestra serviu para confirmar a minha crença no caráter não-humanitário do empresariado brasileiro, acrescido da mais nítida hipocrisia. Se já não bastasse o fato de que homens que reservam boa parte do gordo patrimônio para uso pessoal, na manutenção de faraônicos supérfluos, não seriam capazes de atos altruísticos realmente eficientes, quando cobrados pela sociedade para fazer alguma coisa em prol dos menos favorecidos, resolvem fazer de forma estereotipada, paliativa e precária, da mesma forma que já é feita por instituições religiosas, aquilo que elas chama  de "caridade". O que os executivos e empresários pensam a respeito da responsabilidade soci

Temer pretende acabar com direitos trabalhistas

Por Marcelo Pereira Quem é sensato sabe que um governo se instalou de forma bem desonesta. Sabe também que os verdadeiros motivos estão ligados a ganância capitalista que ainda habita as mentes de boa parte do empresariado brasileiro, ainda bastante ignorante em questões humanas e sociais.  Que este empresariado, junto com os estrangeiros instalados aqui, patrocinaram a saída de Dilma Rousseff, que estava atrapalhando os planos de expansão capitalista feitos para manter o Brasil o sub-desenvolvimento, para que não prejudiquem os interesses das tradicionais grandes potências mundiais. Diante desta triste realidade que nada tem a ver com Administração e com democracia, com Temer devidamente instalado na cadeira que não lhe pertence, agora é a hora de retribuir os favores. O empresariado patrocinador do "impeachment" se reúne para cobrar de Temer as mudanças que irão favorecer o patronato e prejudicar o trabalhador, este que tradicionalmente é visto pelas gestões c

Hoje é o Dia do Administrador. Pensemos antes de comemorar

Por Marcelo Pereira Hoje é o dia escolhido para se comemorar a profissão de administrador. Uma profissão ainda mal compreendida mesmo pelos próprios administradores, sendo utilizada mais como trampolim sócio-econômico do que como uma missão de fazer com que coisas sejam bem executadas.  Ser administrador é acima de tudo, ter a capacidade de permitir e observar para que várias ações sejam feitas na melhor qualidade possível e e menor tempo, diminuindo custos (quando necessário - reduzir em excesso tem se mostrado altamente nocivo) e atingindo mais facilmente, senão com garantias, os objetivos pretendidos. Mas infelizmente, ainda mais em tempos de modismo direitista (Administração nada tem a ver com ideais de direita), muita gente sai das faculdades de Administração com sede arrivista de ganância. Estudam não para administrar, mas para ficar rico. Está bem arraigado o mito de que quem faz Administração, faz para enriquecer.  Para obter excesso de dinheiro, bens e poder q

Investimentos voltarão: não se iludam com eles

Por Marcelo Pereira Com a deposição de Dilma, muita gente poderá ter a ilusão de que as coisas melhorarão para o país, principalmente com a chegada e talvez o aumento dos investimentos estrangeiros no país. Mas não se iludam! Os investimentos serão um belo cavalo de Troia a esconder algo bem nebuloso para a sociedade brasileira. Uma tendência cada vez mais comum, mas pouco comentada é a de que empresas gostam de investir em países onde as relações trabalhistas são frágeis e/ou desumanas. Países onde a escravidão não é ilícita são os favoritos para instalação de fábricas. Óbvio. Empresários querem diminuir custos e aumentar lucros (para aumentar suas contas bancárias individuais) e estão pouco se importando com o bem estar de trabalhadores. O Capitalismo nunca focou o bem estar de pessoas, a não ser quando isso interfere nos interesses dos grandes capitalistas. Se as relações trabalhistas se afrouxarem, com a CLT sendo descartada e haver a predominância do negociado, muitas

A predominância do negociado sobre o legislado e os riscos da volta da escravidão

Por Marcelo Pereira Com a expulsão de Dilma Rousseff da presidência, feita sem base legal, o que caracteriza um golpe (embora as forças que agora lideram o país não admitam isso - nem a ditadura militar admitiu), toda a legislação trabalhista irá mudar. O avanço do Neoliberalismo, um dos fatores que motivaram o impeachment de Dilma, agora livre de obstáculos, vai eliminar muitos direitos, cabendo ao trabalhador sorte e muita capacidade de convencimento se quiser viver com dignidade. Sabe-se que capitalistas, por natureza, não costumam ser humanitários. O poder e o lucro, em proporções crescentes, sempre foram as suas metas. Sem leis para impor limites, se sentem seguros para fazerem o que quiserem, reforçando o caráter explorador que é inerente ao Capitalismo e aos ideais liberais que o reforça. Um grande risco que há é o do retorno, embora de maneira sutil e disfarçada, da escravidão. O ato de trabalhar gratuitamente ou remunerado de forma precária poderá ser autorizado