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Mostrando postagens de novembro, 2016

"Responsabilidade Social" só ajuda seus promotores

Por Marcelo Pereira Infelizmente, as elites que controlam as empresas no país não querem repartir renda. Ganância é ainda uma característica muito frequente entre os gestores brasileiros. Apesar de socialmente reprovada, a ganância não somente existe como é estimulada. Obviamente ela recebe outros nomes mais "bonitos" (garra, força de vontade, ambição, etc.), mas a ânsia de ser melhor e ter mais que os outros é nítida e infelizmente, perene. Mas a pressão social para que empresários repartam a suas grandes rendas tem feito com que empresas investissem naquilo que elas chamam de "responsabilidade social". É um nome bonito, eu mesmo gosto deste nome, mas a realidade por trás dele é bem menor do que se espera. Na verdade, ricos não costumam ser generosos. Se fossem generosos, não seriam tão ricos. Mas empresários precisam do prestígio social, pois entram em contato com outras pessoas, que como eles, exigem uma boa imagem e assumir a ganância não parece alg

Crise faz aumentar o número de milionários no Brasil

Por Marcelo Pereira Se engana quem acha que a crise é prejudicial a todos. Sempre existe quem saia lucrando com crises e por isso que ainda continuamos a tê-las. Um sistema ganancioso tem como resultado certeiro uma verdadeira bagunça econômica que acaba por gerar danos aos mais fracos. Quem acha que todos os empreendedores saem perdendo com crises vive em um mundo paralelo, fora da realidade. Apenas os pequenos e médios empreendedores e os grandes que não são rentistas perdem com crises. Rentistas vivem das especulações do mercado financeiro, cujas regras existem justamente para beneficiá-los. Foi informado que a crise - que é mundial - tem feito aumentar o número de milionários e bilionários no Brasil, aumentando a concentração de renda. Em tempos de desemprego e perdas de todos os tipos, ver que uma pequena parcela da população está lucrando é de envergonhar qualquer um que tenha o mínimo de senso humanitário. Nas crises, juros altos e aumento dos valores de objetos

Iniciativa estimula o empreendedorismo entre negros

Por Marcelo Pereira O povo negro, infelizmente, tem muitas dificuldades em qualquer setor da vida. Nossa sociedade é racista e infelizmente só enxerga defeitos no povo negro. Defeitos irreais que só existem na cabeça de quem tem o preconceito. Mas uma iniciativa pretende incluir os negros e não-brancos no mundo do empreendedorismo, representando uma importante oportunidade de inclusão sócio-econômica. O Kilombu surgiu como um aplicativo para estimular negros e descendentes a entrarem no mercado do empreendedorismo, para oferecer produtos e serviços mais diferenciados, além de servir como oportunidade de crescimento profissional a indivíduos que tradicionalmente encontram dificuldades de inserir neste tipo de mercado. É uma iniciativa extremamente importante e eu apoio totalmente. Negros, do contrário que os racistas dizem, são trabalhadores, extremamente criativos e altamente inteligentes e talentosos. O fato de terem a triste experiência como vítimas de injustiças e dific

O péssimo exemplo do dono da Riachuelo e a índole escravocrata do empresariado brasileiro

Por Marcelo Pereira Não adianta o empresariado brasileiro escrever cartilhas estimulando a responsabilidade social se os empresários não fazem a parte deles. Pior: acham que deveria ser o oposto. Especialistas em História Política e História Econômica sempre falaram da índole escravocrata do empresariado brasileiro. Apesar de sonharem com gestões em que pudessem ter seus lacaios trabalhando de graça, muitos empresários brasileiros não assumem publicamente isso por conhecerem a má imagem da escravidão no senso comum. Há um medo secreto em ser preso por apoiar e praticar o trabalho escravo, considerado crime por lei. Mas um deles deixou vazar esta tendência tradicional dos donos do poder econômico em desejar a volta da escravidão no país, que pasmem, está sendo estudada pelo governo Temer (sem o nome de "escravidão", que se tornou pejorativo), na tentativa de diminuir os custos para as elites, preservando o altíssimo padrão de vida, irreal e injusto para um país em

Acostumados a mandar nos políticos, empresários resolvem ser os próprios políticos

Por Marcelo Pereira A classe trabalhadora menos politizada de uma certa forma está certa. Ela não quer ver ideologia e sim a satisfação direta de suas necessidades. O enfraquecimento das esquerdas, que oferecem muita teoria e pouca prática, fortaleceu um novo tipo de direita que passa - pelo menos na aparência - longe do neoliberalismo posto em prática pelos direitistas mais tradicionais. O resultado disso é o ódio da política em geral e o desejo de colocar um não-político na gestão pública. Dois empresários sem experiência política surpreenderam a todos ao vencer eleições. Curiosamente foram eleitos pelas camadas mais pobres das populações. Não que os eleitores se identificassem com eles mas, talvez ingenuamente, acreditassem que eles representassem uma novidade. Além disso, a classe empresarial nunca foi objeto de ódio do senso comum, apesar de errar mais que os políticos. É impossível não comparar as vitórias de João Dória Júnior para a prefeitura da maior cidade brasi

Meritocracia: uma fábula delirante

Por Marcelo Pereira Muito se fala ultimamente em Meritocracia. Os direitistas e capitalistas mais exaltados adoram falar sobre ela. Não vamos ficar aqui destrinchando sobre o que é Meritocracia porque não vale a pena. É um delírio de quem arrumou um jeito de dizer que as injustiças do mundo são "justas". Puro delírio. Vamos trocar em miúdos: imagine que todos os ricos, mesmo os mais ricos, ricaços, sejam na verdade "pobretões que deram certo". Eles simplesmente trabalhavam normalmente em seu cotidiano, acordado cedo, enfrentando deslocamento difícil de casa para o trabalho, cumprindo horários e tarefas e foram crescendo gradativamente, souberam aplicar o salário que ganhavam e acabaram enriquecendo. Mágico, não? Mesmo que isso não seja impossível, as chances disso acontecer são imensamente reduzidas. Nem chega a 1% a sua possibilidade. Nossos sistema capitalista-neoliberal cria todas as condições para dificultar a subida profissional alegada como possív

Administração de esquerda: uma realidade possível

Por Marcelo Pereira Apesar da Administração ter sido criada apenas para ensinar a teoria e prática da gestão de negócios, há muita gente que acredita, e infelizmente isso ficou arraigado socialmente, na utopia de que os cursos de gestão não passam de fábricas de magnatas em potencial, enganando muita gente que decide entrar para esses cursos. O estereótipo arraigado de "fábrica de magnatas" tem feito com que sutilmente ideias de direita fossem doutrinadas em cursos de Administração. Mesmo que não consiga fabricar magnatas, o curso chega ao ponto de fabricar direitistas, conservadores dos mais chatos e mais egoístas, bajuladores dos líderes mais gananciosos do planeta, sonhando em se tornar como eles. Gente cuja única meta é enriquecer e mandar nos outros, como se fosse "melhor" que o resto da humanidade. Mas não vamos esquecer que no planeta Terra não habitam somente administradores. E que o sucesso de uma empresa, em boa parte, não é de seus gestores ma

Gestores querem "Responsabilidade Social" sem distribuição de renda e sem eliminar desigualdades

Por Marcelo Pereira Meu caro gestor, você mesmo em seu valioso terno com gravata! Você sabia que aquele mendigo deitado no chão da rua é tão humano quanto você e têm exatamente os mesmos direitos básicos? Não sabia? Pois me sinto na honra de lhe mostrar tamanha  e surpreendente novidade. Muito se fala ultimamente em Responsabilidade Social. Mas observando com detalhe as iniciativas relacionadas e conhecendo a mentalidade conservadora do empresariado brasileiro, não dá para imaginar algo realmente altruístico e que gere benefícios a todos os seres humanos. Pode parecer subjetivo dizer isso, mas é evidente que o empresariado nunca gostou de seres humanos. Pessoas só servem para satisfazer os interesses dos grandes gestores. Empresários "gostam tanto de seres humanos" que com o surgimento da primeira crise, a primeira atitude, na maioria dos casos, é demitir funcionários.  Para se ter uma ideia, até mesmo as relações pessoais dos empresários com família e amigos