Universidade Estácio de Sá demite mais de mil professores para recontratá-los em condições precárias
Por Marcelo Pereira
Mesmo nos melhores tempos, sempre tivemos um salário mínimo muito abaixo do digno. Segundo cálculos do DIEESE, para estar no nível da dignidade, o salário minimo deveria estar em torno de R$ 3.000,00 (três mil reais) em valores atuais. Mas o nosso último salário esteve um pouco menos de mil reais, considerado baixo para a satisfação das necessidades básicas.
Mesmo nos melhores tempos, sempre tivemos um salário mínimo muito abaixo do digno. Segundo cálculos do DIEESE, para estar no nível da dignidade, o salário minimo deveria estar em torno de R$ 3.000,00 (três mil reais) em valores atuais. Mas o nosso último salário esteve um pouco menos de mil reais, considerado baixo para a satisfação das necessidades básicas.
Mas um influente grupo de poucos magnatas, acostumados a ganhar bilhões por mês, entendeu que pagar R$ 900,00 de salário a seus funcionários era alto demais e tratou logo de soltar a grana que eles recusam a pagar a funcionários para subornar deputados a votar pela nefasta Reforma Trabalhista, que na prática é a revogação não apenas da CLT mas também da Lei Áurea.
Uma notícia divulgada ontem mostra que a coisa é pior que se imagina, pois uma entidade que se diz comprometida com a educação e com a dignidade humana, a Universidade Estácio de Sá, acaba de anunciar que demitirá cerca de 1,2 mil professores para recontratá-los em condições precárias, muito abaixo do que merecia quem trabalha com educação.
Só esta medida já envolve um festival de crueldades, pois sabemos que professores representam a classe profissional mais importante de todas e que por isso merecia estar no topo da valorização salarial. Na prática, acontece o contrário, com professores cada vez menos valorizados a trabalhar muito e quase de graça, sob a responsabilidade de educar outras pessoas.
Essa precarização vai gerar professores menos estimulados, vai forçar a queda de qualidade no ensino e ainda há o risco da imposição da medieval Escola sem Partido que impedirá os professores de denunciar as suas condições precárias aos alunos, que se não se informarem por outros meios, agirão como se nada de ruim estivesse acontecendo nos bastidores da universidade onde estudam.
A reforma trabalhista, que secretamente pretende trazer a escravidão de volta, já começa a gerar seus estragos. A rede de supermercados Mundial já reduziu pela metade os salários de vários funcionários. Vários empresários já perderam o medo de impor condições análogas à escravidão para trabalhadores urbanos. Latifundiários literalmente escravocratas já respiram tranquilos pela impunidade autorizada a seus crimes.
Especialistas em Economia e Administração já garantem que a reforma trará um verdadeiro caos na economia brasileira a ponto de transformar o Brasil em uma Bangladesh a médio prazo. Micros, pequenos e médios empresários, que apoiaram o golpe acreditando na lenda da Meritocracia, também serão prejudicados, causando a falência em massa de pequenas e médias empresas, por falta da clientela, que deixará de comprar por não ter mais salário para gastar.
Lamento bastante a Estácio de Sá e e me sinto decepcionado com a instituição. Ela, que deveria dar o bom exemplo de fugir dessa onda de sadismo golpista, por trabalhar com educação, dá o tiro no pé ao aderir à reforma. No futuro, a própria Estácio sofrerá os danos por essa infeliz decisão.
Triste saber que quem tem a responsabilidade de formar o caráter e o intelecto de pessoas é o primeiro a cometer um ato que gerará sérios danos não só a seus contratados a mas a toda a sociedade brasileira, que enxerga sob olhos encharcados de lágrimas, a volta da escravidão.
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